No entanto, na década de 70, um grupo de Psicólogos questionou o formato desta pesquisa e decidiu reproduzir o experimento com outro desenho: num grupo ficariam ratos engaiolados, e num outro (Parque dos Ratos), eles seriam colocados num ambiente com outros animais, rodas de exercício, desenhos de árvores, serragem aromática, latas, caixas, etc.
Aos poucos, eles passaram a substituir o açúcar da água dos ratos por morfina. Observou-se que os ratos engaiolados passaram usar mais drogas em comparação ao segundo grupo. Outras variações do estudo foram feitas: com ratos já viciados, outras drogas e diferentes pesquisadores. Os resultados foram sempre muito parecidos: ao invés de drogas, os grupos dos “Parque dos Ratos” preferiam mais água, comida, brincadeira e sexo!
E onde fica o aprendizado? Primeiramente, lembro de alguns pacientes cujo início do uso estava relacionado a tentativa de pertencer a um grupo, ou mesmo de “conseguir chegar naquela mina”! A necessidade de usarem droga não vinha de uma “predisposição ao aumento de dopamina no cérebro”! Ela vinha de necessidades puramente sociais! Se estes pacientes tivessem mais recursos, o uso de drogas seria dispensável.
O segundo aprendizado é o de que tem muita gente mal-intencionada definindo políticas públicas para usuários de drogas no país. Apesar de haverem estudos que correlacionam o uso de drogas à vulnerabilidades econômicas, sociais e psicológicas; as políticas tendem a retrocessos com tratamentos “prêt-à-porter”, que visam a prisão, quando não, a morte civil dos usuários!
O que os ratos têm a nos ensinar, muitos usuários de drogas já sabem. Profissionais da saúde mental, também. Só tá faltando aqueles viciados no poder!
O cartoon de Stuart McMillen
Clique aqui e conheça a página do pesquisador Bruce K. Alexander:
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